Dra. Sheila Fenelon

          A Doença de Parkinson é uma das doenças neuro degenerativas mais comuns, doença crônica, progressiva afetando os movimentos voluntários, causando tremores nos membros superiores e inferiores.

            O tremor é característico por ser um tremor de repouso, há lentidão de movimentos, rigidez muscular, instabilidade postural e marcha em festinação:  dificuldade de iniciar o andar e depois o corpo se projeta para frente em passos mais rápidos, ocasionando por vezes quedas. 

                                Epidemiologia: a Doença de Parkinson atinge pessoas de 50 a 70 anos de idade, numa incidência de 85 a 187 casos por 100.000 habitantes (cerca de 1% da população mundial). Existem casos de idades mais novas, por volta dos 40 anos e até por 20 anos, estes considerados parkinsonismo precoce.

                              Há perda de neurônios numa região do cérebro chamada substância negra localizada no mesencéfalo; pode atingir também os neurônios subcorticais

Por que isso acontece?  Não se sabe a causa da doença: porque os neurônios se degeneram e morrem, diminuindo a substância dopamina e causando os sintomas característicos. Como não se sabe a causa da doença, na maioria dos casos, chama-se de Doença de Parkinson ou Parkinsonismo Idiopático, pois existem situações nas quais a doença tem uma causa, por exemplo aquelas induzidas por drogas, substâncias tóxicas/metais pesados, são parkinsonismo secundário ou aquelas ligadas a algumas outras doenças, é o Parkinson-Plus. 

           São discutidos vários fatores que poderiam estar envolvidos na Doença de Parkinson: fatores ambientais (neurotoxinas), envelhecimento cerebral, estresse oxidativo, radicais livres, papel do cálcio e do óxido nítrico. Os principais fatores considerados atualmente são os fatores ambientais e os genéticos. 

Principais sintomas da Doença de Parkinson:  

  1. Tremor de repouso nas extremidades, mãos principalmente, 
  2. Acinesia ou bradicinesia, isto é, movimentos lentos ou mesmo dificuldade de movimentos 
  3. Rigidez muscular 
  4. Além de vários outros sintomas: alteração da marcha, instabilidade de posturas, sinal da roda dentada, alteração da voz (lenta e trêmula), alteração da escrita, letra trêmula e pequena/micrografia, faces sem expressão/em máscara/ fixa, sialorreia, disartria, disfagia, disfunção sexual, câimbras, hipotensão ortostática, incontinência urinária, depressão e chegar até a demência – constituindo o Complexo Demência-Parkinson. 

Postura de uma pessoa com Doença de Parkinson

Diagnóstico da Doença de Parkinson.

O diagnóstico do mal de Parkinson é feito através de um bom exame clínico, ou seja, avaliando a história do paciente e os sinais neurológicos: o exame neurológico bem feito, detalhado, com todos os elementos da semiologia neurológica. Não existe um exame específico e definitivo para diagnosticar a doença, a não ser o exame clínico No entanto, algumas vezes, solicitam-se exames complementares para afastar outras possibilidades ou auxiliar no diagnóstico, como por exemplo: Cintilografia com marcador do transportador de dopamina, Tomografia Computadorizada (TC), Ressonância Magnética (RM) ou exames mais recentes e em estudo, como Teste de alfa-sinucleína e biomarcadores no sangue.

É importante ressaltar que o diagnóstico da doença de Parkinson é complexo e requer a avaliação de um profissional qualificado. 

Estágios da Doença de Parkinson

1. Estágio 1 (Inicial):Os sintomas são leves e unilaterais (afetam um lado do corpo), como tremores, rigidez ou lentidão de movimentos. A pessoa ainda consegue realizar atividades diárias sem dificuldad

2. Estágio 2 (Bilateral):Os sintomas se espalham para ambos os lados do corpo, mas a pessoa ainda consegue se manter independente em cas

3. Estágio 3 (Instabilidade Postural Moderada):A pessoa começa a ter dificuldades de equilíbrio e postura, podendo precisar de ajuda para realizar tarefas diárias

4. Estágio 4 (Instabilidade Postural Grave):A pessoa precisa de ajuda para se locomover e realizar atividades de vida diária, com dificuldades significativas para andar. 

5. Estágio 5 (Locomoção Dependente):A pessoa depende de cadeira de rodas para se locomover, com rigidez nas pernas que impede a caminhada, e pode apresentar problemas cognitivos como confusão ou alucinações. 

A evolução da doença varia entre indivíduos, e nem todas as pessoas chegam ao estágio 5. Os sintomas podem evoluir de forma diferente, e nem sempre os estágios são alcançados em sequência. 

Algumas perguntas frequentes:

1- O que piora a Doença de Parkinson?

Alterações de medicação, infecção, desidratação, privação de sono, cirurgia recente, estresse ou outros problemas médicos podem piorar os sintomas da DP. Infecções do trato urinário são uma causa particularmente comum. Certos medicamentos podem piorar os sintomas da DP.

2- Qual exercício é bom para Parkinson?

Exercícios Físicos Para a Doença de Parkinson: Análise

Treino de equilíbrio. Isto inclui situações de equilíbrio estático (quando o corpo está parado), ou em movimento (equilíbrio dinâmico). Treino de multitarefa como ioga, tai chi, dança, box

3- Quem tem Parkinson tem demência?

Cerca de 40% dos pacientes com doença de Parkinson desenvolvem demência por doença de Parkinson, geralmente após os 70 anos de idade e aproximadamente 10 a 15 anos após a doença de Parkinson ser diagnosticada.

4- Como me curei do Parkinson?

A doença de Parkinson não tem cura, mas o tratamento pode controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. O tratamento geralmente envolve medicação, reabilitação física e ocupacional, e apoio psicológico

5- Porque quem tem Parkinson não pode tomar vitamina B12

Emoções e ansiedade na Doença de Parkinson

Frequentemente, o diagnóstico de Parkinson desencadeia uma série de emoções, como o medo, a ansiedade e a depressão. É importante que o paciente se sinta apoiado, por isso, os cuidadores e respetivos familiares devem estar presentes, ouvir atentamente e incentivar a expressão dos sentimentos.

História da doença: foi descrita pela primeira vez em 1817 pelo médico britânico James Parkinson ao observar pessoas de mais idade andando nas ruas de Londres com tremores nas mãos; publicou um trabalho sobre a Paralisia Agitante, citando seis casos clínicos, no qual definiu de modo geral a doença. Mais tarde, na metade do século XIX, Jean Marie Charcot, eminente psiquiatra e neurologista francês, com várias doenças que levam seu nome, estudou a doença, estabelecendo seus principais sintomas e acrescentando novos, divulgando-a e sugerindo a mudança do nome de Paralisia Agitante para Doença de Parkinson, em homenagem ao seu descobridor e primeiro a descrevê-la. 

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